Saiu na Imprensa

Vejam o que os jornais falaram sobre a publicação das obras de Cicinato Ferreira Neto. acesso em http://diariodonordeste.globo.com/m/materia.asp?codigo=603399

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=408050



segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Livros do Nordeste-1

Antes de tudo, gostaria de pedir desculpas aos eventuais leitores (será que existe algum ?) pelas demoras na postagens. Passo uma semana nos plantões da Secretaria da Fazenda e lá, naturalmente, não posso escrever no blog. Nas folgas, volto com a mente cheia de ideias.
Gostaria de discutir, com os leitores, acerca dos grandes livros e escritos sobre o cangaço e a história nordestina em geral. Começo pela obra "Cangaceiros e Fanáticos", de Rui Facó.
É um estudo clássico sobre banditismo e religiosidade no Nordeste brasileiro. Com viés marxista, o livro de Rui Facó enfatiza que os grandes desequilíbrios que abalaram a região provieram especificamente da presença do latifúndio e da pobreza material de milhares de pessoas.
A obra foi lançada postumamente em 1963. Anteriormente, o autor tinha publicado apenas alguns textos sobre Canudos.
Estrutura: O Despertar dos Pobres do Campo (Na terceira parte, texto sobre cangaceiros; na quarta parte, texto sobre os fanáticos); Canudos e o Conselheiro; Juazeiro e o Padre Cícero (parte sexta versa sobre o apogeu no cangaceiro e do jagunço no Cariri cearense).
Trecho significativo (edição consultada: 6ª edição, Editora Civilização Brasileira, Edições UFC, 1980, Coleção Retratos do Brasil, volume 15): "[...] E eram eles - cangaceiros e "fanáticos" - os elementos ativos de uma transformação que prepara mudanças de caráter social. Eles subvertem a pasmaceira imposta pelo latifúndio durante séculos, provovam choques de classes, lutas armadas, preparam os combates do futuro. Não são ainda a revolução social, mas são o seu prólogo. São os elementos regeneradores daquela sociedade estagnada, em processo de putrefação. Revivem-na, dão-lhe sangue novo, põem-na em movimento, preparam-na para o advento de uma nova época. São ainda o elemento unificador por excelência de uma região - mais do que o Nordeste, todo um imenso território interiorano - que se desagregava dentro de si mesma, em feudos quase fechados e paralisados" (p. 37)    

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