Saiu na Imprensa

Vejam o que os jornais falaram sobre a publicação das obras de Cicinato Ferreira Neto. acesso em http://diariodonordeste.globo.com/m/materia.asp?codigo=603399

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=408050



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Livros do Nordeste 2

Um dos melhores livros sobre o cangaço é "Guerreiros do Sol", de Frederico Pernambucano de Mello. Sua versão do cangaço - com suas três formas (cangaço meio de vida, cangaço produto de sentimento de vingança, cangaço como refúgio) - é bastante elucidativa. É um livro bem escrito, gostoso de ler, embora isso não tenha prejudicado o estilo e a erudição. Traz informações preciosas sobre o banditismo, notadamente o de Pernambuco. Traz um verdadeiro glossário com o nome dos principais cangaceiros e suas áreas de atuação.
Estrutura: O homem do ciclo do gado e o isolamento sertanejo; Da violência à criminalidade; Cangaço: do endêmico toletado ao epidêmico repelido; De cangaços e cangaceiros: o escudo ético; Secas, agitações sociais e o cangaço como meio de vida; Fronteira e repressão policial; As muitas mortes de um rei vesgo (sobre Lampião).
Trecho significativo (edição utilizada: 4ª edição, A Girafa Editora, São Paulo, 2005. Prefácio de Gilberto Freyre): "No caso de Lampião, por exemplo, as fotografias fornecem excelente confirmação do  modo como ele se insere no sistema de classificação que defendemos. É que tendo enquadrado o capitão como representante do cangaço profissional, por ter sido esta a modalidade criminal que predominou fartamente em sua vida, aceitamos que nos anos iniciais de sua longa carreira ele tenha-se dedicado ao cangaço de vingança, envolvendo-se em ferrenhas disputas contra os Nogueira e José Saturnino, em Pernambuco, e contra José Lucena, em Alagoas, para muito cedo se acomodar, reorientando sua vida na direção do profissionalismo aventureiro, em processo de transtipicidade já comentado. Se examinarmos uma fotografia de Lampião vingador da fase autenticamente guerreira, o veremos absolutamente sóbrio. Ao contrário, o Lampião da década dos 30, da fase profissional em que o cangaço era apenas um meio de vida e os combates, coisas a evitar, enfeitava-se dos pés à cabeça. Nesta, curiosamente as estrelas não apenas apareceram como aumentaram no tamanho no ritmo de sua crescente acomodação. Surgidas no início da década, as estrelas estavam maiores em 1936 e enormes em 1938, ano em que veio a morrer e quando já quase não combatia. [...]"(p. 142).

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