Saiu na Imprensa

Vejam o que os jornais falaram sobre a publicação das obras de Cicinato Ferreira Neto. acesso em http://diariodonordeste.globo.com/m/materia.asp?codigo=603399

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=408050



sábado, 22 de outubro de 2011

Livros do Nordeste 3

Escrito aproximadamente em 1930, o livro do grande folclorista cearense Leonardo Mota, "No Tempo de Lampião", ressalta os costumes e o linguajar do povo sertanejo. O título do livro, para mim, não é muito adequado. Especificamente sobre o cangaço e Virgulino Ferreira da Silva, as informações são muito restritas.
Estrutura: Escritos sobre cangaceiros (Quem escreveu a patente de Lampião, A morte do Jararaca, A prisão de Antônio Silvino, Um precursor de Lampião, Lampião e seus perseguidores), Anedotário, Adagiário e Notas sobre a Poesia e Linguagem Populares.
Trecho significativo (edição utilizada: 3ª edição, Fortaleza, ABC Editora, 2002, Prefácio de Fran Martins):
"Enrolei o meu cigarro de palha e pedi ao fazendeiro em cuja casa me hospedara me dissesse o que pensava das polícias que dão combate aos cangaceiros, Ele entupiu as ventas com uma pitada de 'torrado' rescendente a cumaru, limpou o bigodão com a manga da camisa, aprumou-se na tripeça e não tardou em me dizer:
- Quero mais ante me ver neste oco de mundo, às mvolta com bandido que com soldado de poliça. Me creia que os mata-cachorro, quando sai da capital, vem com o pensamento fixe em que todo matuto protege cangaceiro. Querem, por fina força, que a gente descubra o roteiro dos criminoso. Se o freguês diz que iguinora, apanha pra descobrir; se descobre, também apanha, porque é sinal que conhecendo, protege quem eles caçam. Não tem pronde correr: ninguém escapa...
- E os bandoleiros?
-Abém, esses estão no seu papel. Assim mesmo, tem vez que a questão é saber tirar eles com jeito. A não ser um ou outro cabra desalmado, eles só fazem mal a nós quando andam aperreados pela poliça, quando desconfiam que se deu notiça deles à tropa do governo, ou quando, precisando de dinheiro, sabem que o sabagante tem em casa, mas não dá porque não quer.
- Admiro-me de Sr. falar assim: tenho sabido e apurado tanta crueldade de Lampião...
- Sim, me entenda: eu falo do tempo de Antônio Silvino, Luís Padre, Sebastião Pereira e outros, pois esse tal de Virgolino, com a graça de Maria Santíssima, nunca me apareceu aqui, não. Vejo dizer que esse Lampião é um satanás de perverso..." (p. 41).      

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